Portugal
e Brasil na Crise do Antigo Sistema Colonial (1777-1808) – Fernando Novais
Novais
é declarado discípulo de Caio Prado Júnior, e como este, segue o modelo de
historiografia marxista. Em sua pesquisa de doutorado, considera que o que
justifica o nascimento e o funcionamento do sistema colonial é o acumulo
primitivo de capital através do comércio dos produtos agrícolas coloniais e da
venda para as Colônias dos produtos manufaturados da Metrópole, sendo que este
sistema entre em crise com o surgimento de novas tecnologias da Revolução
Industrial, passando do que Marx chama de Capitalismo Comercial para o
Capitalismo Industrial. Para entender essa mudança de sistema econômico, Novais
propõe distinguir os mecanismos de funcionamento do sistema colonial para
entender suas contradições que lhe eram naturais e o conseqüente desague na
crise, ou seja, ele propõe a visão marxista de que todo sistema econômico traz
em si as contradições que irão destrui-lo através da luta de classes. O que ele
chama de Antigo Sistema Colonial é o conjunto de relações da Metrópole com a
Colônia, onde a política implantada é proveniente de um estado absolutista
defensor das práticas de protecionismo do mercantilismo. Essas relações podem
ser observadas em dois níveis, pela extensa legislação ultramarina das grandes
potências européias (Portugal, Espanha, Holanda, França, Inglaterra); e pelo
comércio que faziam entre si e nas políticas-administrativas que isto envolvia.
O que possibilita que tal sistema funcione é a estrutura sócio-economica que se
organiza nas colônias, a produção escravista e a decorrente concentração da
renda nas camadas dominantes. A Colônia tinha por objetivo fornecer artigos que
a metrópole necessitava e oferecer mercado para os manufaturados da metrópole.
Esse comércio deveria ser o que Novais chama de exclusivo metropolitano, por exemplo, o Brasil deveria fornecer a cana-de-açúcar apenas
para Portugal, e comprar manufaturados apenas do mesmo, o que é mais uma forma
de garantir a alta lucratividade, já que tendo o monopólio do produto
poderia-se controlar o preço deste. Mas essa prática não funciona
perfeitamente, Portugal, por exemplo, vai depender muitas vezes do capital
estrangeiro, principalmente o flamenco, para a produção do açúcar, vai depender
das praças de Antuérpia para escoar sua produção e para agravar ainda mais a
Coroa não necessariamente reinvestia na empresa do Oriente.
Fernando Antônio Novais (Guararema, 1933) é historiador brasileiro. Graduou-se em História pela Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde lecionou de 1961 a
1985. Sua tese de doutorado, Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema
Colonial (1777-1808), apresentada em 1973, por seu caráter inovador na análise
do comércio e da administração coloniais em seus aspectos mais intrincados,
lançou as bases para uma nova compreensão das relações entre Metrópole e
Colônia. Em 1986, transferiu-se para o Instituto de Economia da Unicamp. Em
1996 publicou, em colaboração de Carlos Guilherme Mota, A independência
política do Brasil. Foi o organizador geral da coleção História da vida privada
no Brasil, de 1997, que reuniu trabalhos de renomados historiadores
contemporâneos do brasileiros. Lecionou na Universidade do Texas por duas vezes
e participou de diversos debates e seminários em outras universidades
americanas, como a de Columbia e a da Universidade da Califórnia | Califórnia. Na
França, deu cursos no Institut des Hautes Études de l'Amérique Latine, ligado à
Universidade de Paris III (Sorbonne Nouvelle); na Bélgica, na Universidade de
Louvain; e, em Portugal, nas universidades de Coimbra e de Lisboa, onde residiu
um ano quando realizava pesquisas para sua tese de doutorado. Fontes: Origem: Wikipédia, a
enciclopédia livre e Site Desenvolvimento em Questão
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