Quem é Ailton Krenak
Ailton Krenak nasceu
no Vale do rio Doce, Minas Gerais, em 1954. Os Krenak registravam uma população
de cinco mil pessoas no início do século XX, número que se reduziu a 600 na
década de 1920 e a 130 indivíduos em 1989. Na época, Ailton pressagiou:
"se continuar nesse passo, nós vamos entrar no ano 2000 com umas três
pessoas". Felizmente isso não aconteceu. Contando com esforços também do
próprio Ailton, os Krenak fecharam o século com 150 pessoas. Com 17 anos Ailton
migrou com seus parentes para o estado do Paraná. Alfabetizou-se aos 18 anos,
tornando-se a seguir produtor gráfico e jornalista. Na década de 1980 passou a
se dedicar exclusivamente à articulação do movimento indígena. Em 1987, no
contexto das discussões da Assembléia Constituinte, Ailton Krenak foi autor de
um gesto marcante, logo captado pela imprensa e que comoveu a opinião pública:
pintou o rosto de preto com pasta de jenipapo enquanto discursava no plenário
do Congresso Nacional, em sinal de luto pelo retrocesso na tramitação dos
direitos indígenas. Em 1988 participou da fundação da União das Nações
Indígenas (UNI), fórum intertribal interessado em estabelecer uma representação
do movimento indígena em nível nacional, participando em 1989 do movimento Aliança
dos Povos da Floresta, que reunia povos indígenas e seringueiros em torno da
proposta da criação das reservas extrativistas, visando à proteção da floresta
e da população nativa que nela vive. Nos últimos anos, Ailton se recolheu de
volta às Minas Gerais e mais perto do seu povo. Atualmente, está no Núcleo de
Cultura Indígena, ONG que realiza desde 1998 o Festival de Dança e Cultura
Indígena, idealizado e mantido por Ailton Krenak, na Serra do Cipó (MG), evento
que visa promover o intercâmbio entre as diferentes etnias indígenas e delas
com os não-índios.
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